Raça

RAÇA



Foi nos anos 80 que o Grupo Raça nasceu no cenário da dança no Brasil. Em um primeiro momento configurou-se como uma companhia de jazz dance. O Grupo Raça que mais tarde passou a ser chamado de Raça Cia. de Dança de São Paulo foi fundado por Roseli Rodrigues na cidade de São Paulo.
Roseli uma das precursoras do jazz no Brasil, nasceu em 1955 e foi envolver-se com a dança aos 21 anos. Graduada em Educação Física, se diz apaixonada pelo corpo. A coreógrafa e professora de dança foi membro do Conselho Artístico do Festival de Dança de Joinville nos anos de 2003 e 2004 e fez parte da Comissão de Artes Cênicas e Música do Conselho Municipal de Cultura da cidade de São Paulo. Em 1981, abriu a academia Long Life, espaço destinado à arte da dança, ginástica e musculação.
Um grupo de 16 alunos da academia foram com a coreógrafa Roseli participar de um Encontro Nacional de Dança onde o grupo apresentou uma coreografia com música de Milton Nascimento, intitulada “Raça”. O grupo começou a ser reconhecido pela sua “raça”. Com um empurrão da música de Milton, surgia o Grupo Raça. O grupo foi se consolidando nas mãos de Roseli que teve sensibilidade de perceber que seus alunos precisavam buscar aperfeiçoamento técnico e como nenhum integrante do já chamado Grupo Raça tinha feito aulas de balé clássico, no dia seguinte da competição, Roseli contratou um professor de dança clássica para sua escola, chamada hoje em dia de Raça Centro de Artes.
No inicio o grupo ainda não apresentava uma consciência corporal, mas já tinham carisma e sincronia, o Grupo Raça foi conquistando seu espaço. Ao longo dos anos, a companhia se transformou em referência dentro da cena contemporânea brasileira da dança. Projetar talentos, profissionalizar pessoas rapidamente foi um dos objetivos do Grupo Raça.
O esforço e a determinação da Raça Cia. de Dança de SP, faz com que se mantenha até hoje. Mesmo já sendo um grupo de sucesso e reconhecimento também passa por dificuldades financeiras, conhecidas pela maioria daqueles que fazem dança no Brasil. A Cia. Raça já teve apoio financeiro de patrocínio, período em que Roseli considerou como melhor fase da Cia. Raça, onde podiam realizar seus trabalhos sem se preocupar com dinheiro.
Devido às mudanças que a dança vem passando, a Raça Cia. de Dança de São Paulo também passou por mudanças. Atualmente apresenta trabalhos com uma linguagem contemporânea, a transição dos trabalhos da Cia., do gênero jazz para a dança contemporânea, é visível em dois dos espetáculos que fazem parte da história da Cia. “Novos Ventos” e “Caminho da Seda”. “Foi então que resolvemos ousar e misturar novos ritmos, criar e nos reinventarmos. O resultado veio com estas peças, que marcam esse momento de mudança” disse Roseli Rodrigues.
Contudo, a proposta do trabalho consegue sensibilizar o público e atingir a crítica de modo que aproxima o expectador e faz com que se reconheça a dança como linguagem universal. A filosofia da Cia. é tocar o público pela simplicidade e através dela emocionar, por isso que as suas coreografias são produzidas tanto para serem dançadas no palco quanto nas ruas e praças, para chegar mais perto do público. Para isso a Cia. conta com uma particularidade. “Uma Cia. Brasileira, não pelas suas propostas temáticas e sim porque seus corpos exalam Brasilidade.” frase retirada do site da Cia. O trabalho da Raça é de muita vitalidade física corpo brasileiro que temos. Em um trabalho que traduz a dança do Brasil de hoje.
Não é à toa que o sucesso e reconhecimento da Raça Cia. de Dança de S
ão Paulo são notórios no cenário nacional e internacional, recebeu mais de oitenta prêmios com trabalhos de qualidade poética, artística e técnica. Coleciona em seu repertório coreografias de Roseli Rodrigues, Luis Arrieta, Ivonice Satie, Henrique Rodovalho e Mário Nascimento.
No que diz respeito aos bailarinos poucas companhias permanecem tanto tempo com os mesmos bailarinos como a Raça, a maioria dança na Cia. há 10 anos. Além de construir uma família como a própria Roseli conta, os bailarinos conseguem acompanhar o crescimento da Cia. A rotina dos bailarinos é puxada. "Ensaiamos todos os dias, de domingo a domingo. Temos que manter o peso, o que não é fácil, e estarmos à disposição mesmo quando o corpo, para a maior parte das pessoas, está em frangalhos", conta Andréia Sposito.
Na trajetória da Cia. Raça pode-se destacar a participação em um projeto de circulação com espetáculos e workshops nos estados de Minas Gerais e São Paulo nos anos 2001 e 2002, com o apoio da FUNARTE e Ministério da Cultura. Uma turnê pela Itália incluindo as cidades de Roma, Terni, Salermo, Tagliacosa, Crotone, Enna, Calabicheta, Piazza Armería e outras cidades da Sicília. Apresentação em 2004, no 39º Festival de Sintra em Portugal, e em 2005 foi convidada especial para Noite de Gala do 23º Festival de Joinville. Foi selecionada para o Circuito SESI de Dança/2008 com o espetáculo Caminho da Seda. Também com o espetáculo Caminho da Seda, Roseli Rodrigues foi indicada ao prêmio nacional, Troféu Mambembe, do Ministério da Cultura, como melhor coreógrafa. O espetáculo que mostra a ponte que une o oriente ao ocidente, usa mais de 400 metros de tecidos, não como cenário e sim como elemento coreográfico.
A última obra de Roseli Rodrigues para Raça Cia. de Dança de São Paulo foi “Cartas Brasileiras” que estreou em março de 2009 em São Paulo com patrocínio dos Correios e apoio da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. A Cia. defini seu espetáculo como cartas que viraram poemas, que se transformaram em músicas, que se expressam pela dança.
Em março de 2010 a Cia. Raça perdeu sua fundadora, diretora e coreógrafa Roseli Rodrigues. Apesar da perda, o trabalho e a evolução da dança continuam com Edy Wilson, outrora o assistente de direção, assumiu a direção e continua o trabalho da Raça.
No repertório das coreografias da Raça Cia. de Dança de São Paulo estão às coreografias:

“Cartas Brasileiras” (2009)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues
Estréia Nacional 05 de Março – São Paulo

“Pari Passu” (2008)
Coreógrafo: Eduardo Menezes
“Tango Sob Dois Olhares” (2006)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues
3.2” (2004)
Coreógrafo: Henrique Rodovalho
“Caminho da Seda” (2002)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues
“Iyanu” (2000)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues
“Kronos” (2000)
Coreógrafa: Ivonice Satie
“Novos Ventos” (1999)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues
“Principia H” (1998)
Coreógrafo: Luis Arrieta
“Valse” (1998)
Coreógrafo: Luis Arrieta
“Achalai!” (1998)
Coreógrafo: Luis Arrieta
“Abstract” (1997)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues
Word's over water (1997)
Coreógrafo: Luis Arrieta
“De Minh´Alma” (1997)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues
“Tango” 3X3 (1996)
Coreógrafo: Luis Arrieta
“Encontro com Vênus” (1996)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues
“Cat Feeling” (1995)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues
“Aparências” (1995)
Coreógrafo: Lynne Taylor-Corbett
Versão Coreográfica: Edson Santos
“The Blue Night” (1994)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues
“The War” (1994)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues
“Pele” (1994)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues
“Caliente” (1993)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues
“Pimeiro Amor” (1993)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues
“Orange X Green” (1993)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues
“SPAço DIET” (1991)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues
“Happy Hour” (1989)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues
“Meu Amigo, Meu Amigo” (1989)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues
“O Lamento dos Escravos” (1988)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues
“Noite Adentro” (1988)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues
“Devaneios” (1987)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues
“Corpos Em Liberdade” (1986)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues
“Bunguille Nungugullu” (1986)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues
“Sedução” (1985)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues
“Coisa Estranha – A Evolução da Espécie” (1984)
Coreógrafa: Roseli Rodrigues

Sugestões de Vídeos da Raça Cia. de Dança de São Paulo:


Referências Bibliográficas:




Trabalho desenvolvido pela acadêmica Maiara Gonçalves


Download dos arquivos desse trabalho: